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HISTORIA
HISTORIA

CAPOEIRA

Capoeira de Angola ou somente Angola é o estilo de capoeira mais próximo de como os negros escravos jogavam a capoeira. Caracterizada por ser mais lenta, porém rápida, movimentos furtivos executados perto do solo, como em cima, ela enfatiza as tradições da capoeira, que em sua raiz está ligada aos rituais afro-brasileiros, caracterizados pelo candomblé. Sua música é cadenciada, orgânica e ritualizada e o correto é estar sempre acompanhada por uma bateria completa de oito instrumentos, chamada de bateria de Angola.1

É uma manifestação da cultura popular brasileira onde coexistem aspectos normalmente compreendidos de forma segmentada pela cultura que se fez oficial, como o jogo, a dança, a mímica, a luta e a ancestralidade, unidos de forma coesa, simples e sintética. Possui suas origens em elementos da cultura de várias matizes de povos africanos que foram escravizados e mantidos em cativeiro no Brasil no século XIX, sincretizados com elementos de culturas nativas (povos indígenas) e de origem européia.2

Desde um início de sua formação até os dias de hoje, a capoeira diferenciou-se em diferentes "estilos", cada um marcado por suas visões próprias, hábitos específicos e interações com a cultura local de cada região. Atualmente, essas diferentes leituras acerca da capoeira estão manifestas através da prática dos diferentes grupos e declaradas em duas principais vertentes: a capoeira de Angola, que possui como referência Mestre Pastinha, e a capoeira regional, que tem como seu principal personagem Mestre Bimba.

A capoeira Angola, diferencia-se da luta regional baiana de Mestre Bimba por possuir maior enfâse em características como o jogo, a brincadeira e a busca pela ancestralidade, possuindo em regra movimentos mais lentos, rasteiros e lúdicos. Na "roda de Angola" coexistem diferentes estéticas relativas aos seus diversos grupos e a individualidade de cada "angoleiro", onde o objetivo é a busca intensiva e recíproca pelo "asé", dentro dos fundamentos da arte.

A capoeira Angola não tem uma data definida em que teria sido criada, nem uma pessoa a quem possamos atribuir com certeza a sua criação. Apesar disto, sempre que falamos de capoeira Angola temos o nome de Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha1889 - 1981) associado a ela. Pastinha foi um grande defensor da capoeira Angola, divulgando-a e introduzindo-a na sociedade de um modo geral, fazendo, assim, com que a capoeira deixasse de ser vista tão somente como uma luta marginalizada praticada por vândalos e arruaceiros, ao mesmo tempo em que criava a primeira escola de capoeira angola criada no Brasil.

Pastinha defendia arduamente a capoeira Angola, e pretendia, assim, fazer com que esta mantivesse sua força, não perdendo suas principais características. Para isto, divulgou a capoeira até onde pôde e como pode: fez muitas viagens ao exterior, inclusive para África, como principal representante da capoeira. Pastinha também formou muitos alunos, garantindo, assim, o futuro da capoeira angola.

Atualmente, existem algumas associações que representam exclusivamente a capoeira Angola e buscam, principalmente, resgatar as antigas tradições da Angola, já que não só ela, mas a capoeira no geral, evoluiu e hoje em dia apresenta diferenças próprias da renovação das tradições. Graças ao esforço de muitos Mestres e pessoas envolvidas com a capoeira.

Música e canto

Toques do berimbau[editar]

Os toques do berimbau são:

 

Samba

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
 
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Samba
Carnaval no Rio de Janeiro
Informações gerais
Origens estilísticas Maxixelundusembabatucada,jongomodinha e choro
Contexto cultural Início do século XX, no Rio de Janeiro
Instrumentos típicos Diversos instrumentos de cordas (como cavaquinho e vários tiposviolão) e variados instrumentos de percussão (como pandeirosurdo etamborim); Algumas vertentes utilizam instrumentos de sopro
Popularidade Muito popular no Brasil, especialmente na Bahia, no Rio de Janeiro,no Recife e em São Paulo; bem-conhecido no exterior.
Formas derivadas Bossa novaPagodeSamba-cançãoSamba-enredo e Samba de partido-alto
Subgêneros
Bossa novaPagodeSamba-batidoSamba de brequeSamba-cançãoSamba-corridoSamba-enredoSamba-exaltaçãoSamba de partido-alto,Samba-raiadoSamba de rodaSamba de terreiro,Sambalanço
Gêneros de fusão
Samba-choroSamba-funkSamba de gafieira,Samba-jazzSamba-maxixeSamba-rapSamba-reggaeSamba-rockSambaladaSambolero
Cenas regionais
BahiaRio de JaneiroSão Paulo,Minas Gerais
Outros tópicos
Carnaval do BrasilEscola de samba

samba é um gênero musical, do qual deriva de um tipo de dança, de raízesafricanas, surgido no Brasil e considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras.1 2 3

Dentre suas características originais, está uma forma onde a dança é acompanhada por pequenas frases melódicas e refrões de criação anônima, alicerces do samba de roda nascido no Recôncavo Baiano4 e levado, na segunda metade do século XIX, para a cidade do Rio de Janeiro pelos negros que trazidos da África e se instalaram na então capital do Império. O samba de roda baiano, que em 2005 se tornou umPatrimônio da Humanidade da Unesco,5 6 foi uma das bases para o samba carioca.

Apesar de existir em várias partes do país - especialmente nos Estados da Bahia,dePernambuco,do Maranhão, de Minas Gerais e de São Paulo - sob a forma de diversos ritmos e danças populares regionais que se originaram do batuque, o samba como gênero musical é entendido como uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro, onde esse formato de samba nasceu e se desenvolveu entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX. Foi no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil, que a dança praticada pelos escravos libertos entrou em contato e incorporou outros gêneros musicais tocados na cidade (como a polca, o maxixe, o lundu, o xote, entre outros), adquirindo um caráter totalmente singular. Desta forma, ainda que existissem diversas formas regionais de samba em outras partes do país, samba carioca urbano saiu da categoria local para ser alçado à condição de símbolo da identidade nacional brasileira durante a década de 1930.7 8 9

Um marco dentro da história moderna e urbana do samba ocorreu em 1917, no próprio Rio de Janeiro, com a gravação em disco de "Pelo Telefone", considerado o primeiro samba a ser gravado no Brasil (segundo os registros da Biblioteca Nacional). A canção tem a autoria reivindicada por Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga, com co-autoria atribuída a Mauro de Almeida, um então conhecido cronista carnavalesco. Na verdade, "Pelo Telefone" era uma criação coletiva de músicos que participavam das festas da casa de tia Ciata, mas acabou registrada por Donga e Almeida na Biblioteca Nacional.10 "Pelo Telefone" foi a primeira composição a alcançar sucesso com a marca de samba e contribuiria para a divulgação e popularização do gênero. A partir daquele momento, esse samba urbano carioca começou a ser difundido pelo país, inicialmente associado ao carnaval e posteriormente adquirindo um lugar próprio no mercado musical. Surgiram muitos compositores como Heitor dos PrazeresJoão da BaianaPixinguinha e Sinhô, mas os sambas destes compositores eram amaxixados, conhecidos como sambas-maxixe.

Os contornos modernos desse samba urbano carioca viriam somente no final dadécada de 1920, a partir de inovações em duas frentes: com um grupo de compositores dos blocos carnavalescos dos bairros do Estácio de Sá e Osvaldo Cruze com compositores dos morros da cidadem como em MangueiraSalgueiro e São Carlos.8 Não por acaso, identifica-se esse formato de samba como "genuíno" ou "de raiz". A medida que o samba no Rio de Janeiro consolidava-se como uma expressão musical urbana e moderna, ele passou a ser tocado em larga escala nas rádios, espalhando-se pelos morros cariocas e bairros da zona sul do Rio de Janeiro. Inicialmente criminalizado e visto com preconceito, por suas origens negras, o samba conquistaria o público de classe média também.

O samba moderno urbano surgido a partir do início do século XX tem ritmo basicamente 2/4 e andamento variado, com aproveitamento consciente das possibilidades dos estribilhos cantados ao som de palmas e ritmo batucado, e aos quais seriam acrescentados uma ou mais partes, ou estâncias, de versos declamatórios.3 Tradicionalmente, esse samba é tocado por instrumentos de corda(cavaquinho e vários tipos de violão) e variados instrumentos de percussão, como o pandeiro, o surdo e o tamborim. Por influência das orquestras norte-americanas em voga a partir da Segunda Guerra Mundial, e pelo impacto cultural da música dos EUA no pós-guerra, passaram a ser utilizados também instrumentos como trombones e trompetes, e, por influência do choroflauta e clarineta.

Com o passar dos anos, surgiram mais vertentes no seio desse samba "nacional" urbano carioca, que ganharam denominações próprias, como o samba de breque, o samba-canção, a bossa nova, o samba-rock, o pagode, entre outras.

Antecedentes[editar]

Origens do termo samba[editar]

batuque praticado durante o Brasil do século XIX, em pintura de Johann Moritz Rugendas.

Existem várias versões acerca do nascimento do termo "samba". Uma delas afirma ser originário do termo "Zambra" ou "Zamba", oriundo da língua árabe, tendo nascido mais precisamente quando da invasão dos mouros à Península Ibérica no século VIII.11 Uma outra diz que é originário de um das muitas línguas africanas, possivelmente doquimbundo, onde "sam" significa "dar", e "ba" "receber" ou "coisa que cai". Ainda há uma versão que diz que a palavra samba vem de outra palavra africana, semba, que significa umbigada.

No Brasil, acredita-se que o termo "samba" foi uma corruptela de "semba" (umbigada),palavra de origem africana - possivelmente oriunda de Angola12 ou Congo, de onde vieram a maior parte dos escravos para o Brasil.

Um dos registros mais antigos da palavra samba apareceu na revista pernambucana O Carapuceiro, datada de fevereiro de 1838, quando Frei Miguel do Sacramento Lopes Gama escrevia contra o que chamou de "samba d'almocreve" - ou seja, não se referindo ao futuro gênero musical, mas sim a um tipo de folguedo (dança dramática) popular de negros daquela época. De acordo comHiram da Costa Araújo, ao longo dos séculos, as festas de danças dos negros escravos na Bahia eram chamadas de "samba".

Em meados do século XIX, a palavra samba definia diferentes tipos de música introduzidas pelos escravos africanos, sempre conduzida por diversos tipos de batuques, mas que assumiam características próprias em cada Estado brasileiro, não só pela diversidade das tribos de escravazos, como pela peculiaridade de cada região em que foram assentados. Algumas destas danças populares conhecidas foram: bate-baú, samba-corrido, samba-de-roda, samba-de-chave e samba-de-barravento, na Bahia; coco, noCeará; tambor-de-crioula (ou ponga), no Maranhão; trocada, coco-de-parelha, samba de coco e soco-travado, no Pernambuco; bambelô, no Rio Grande do Norte; partido-alto, miudinho, jongo e caxambu, no Rio de Janeiro; samba-lenço, samba-rural, tiririca, miudinho e jongo em São Paulo.1

Favela e Tias Baianas[editar]

A partir da segunda metade do século XIX, a medida que as populações negra e mestiça na cidade do Rio de Janeiro - oriundos de várias partes do Brasil, principalmente da Bahia, bem como de ex-soldados da Guerra de Canudos do final daquele século - cresciam, estes povoavam as imediações do Morro da ConceiçãoPedra do SalPraça MauáPraça OnzeCidade NovaSaúde e Zona Portuária. Estes povoamentos formariam comunidades pobres que estas próprias populações denominaram de favela (posteriormente, o termo se tornaria sinônimo de construções irregulares das classes menos favorecidas).

Estas comunidades seriam cenário de uma parte significativa da cultura negra brasileira, especialmente com relação ao candomblé e ao samba amaxixado daquela época. Dentre os primeiros destaques, estavam o músico e dançarino Hilário Jovino Ferreira - responsável pela fundação de vários blocos de afoxé e ranchos carnavalescos - e das "Tias Baianas" - termo como ficaram conhecidas muitas baianas descendentes de escravos no final do século XIX.

Dentre as principais "tias baianas", destacaram-se Tia Amélia (mãe de Donga), Tia Bebiana, Tia Mônica (mãe de Pendengo e Carmem Xibuca), Tia Prisciliana (mãe de João da Baiana), Tia Rosa Olé, Tia Sadata, Tia Veridiana (mãe de Chico da Baiana). Talvez a mais conhecida delas tenha sido Hilária Batista de Almeida - a Tia Ciata (Aciata ou ainda Asseata).1

Assim, o samba propriamente como gênero musical nasceria no início do século XX nas casas destas "tias baianas", como um estilo descendente do lundu, das festas dos terreiros entre umbigadas (semba) e pernadas de capoeira, marcado no pandeiro, prato-e-faca e na palma da mão.2

Existem algumas controvérsias sobre o termo samba-raiado, uma das primeiras designações para o samba. Sabe-se que o samba-raiado é marcado pelo som e sotaque sertanejos/rural baiano trazidos pelas tias baianas ao Rio de Janeiro. Segundo João da Baiana, o samba raiado era o mesmo que chula raiada ou samba de partido-alto. Já para o sambista Caninha, este foi o primeiro nome teria ouvido em casa de tia Dadá. Na mesma época, surgiram o samba-corrido — que possuía uma harmonia mais trabalhada, mas ainda com o sotaque rural baiano – e o samba-chulado, mais rimado e com melodia que caracterizariam o samba urbano carioca.

Cenas baiana e paulista[editar]

O samba urbano carioca se firmaria no século XX como o "samba brasileiro" por excelência. No entanto, antes desse tipo de samba se consolidar como o "samba nacional" em todo o Brasil, havia formas tradicionais de sambas na Bahia e em São Paulo.3

Samba baiano antigo[editar]

O samba baiano rural adquiriu denominações suplementares, conforme as variações coreográficas - por exemplo, o "samba-de-chave", em que o dançarino solista fingia procurar no meio da roda uma chave, e quando a encontrava, era substituído.3 A estrutura poética do samba baiano obedecia à forma verso-e-refrão - composto de um único verso, solista, a que se segue outro, repetido pelo coro de dançarinos de roda como estribilho. Não havendo refrão, o samba é denominado samba-corrido, variante pouco comum. Os cantostirados por uma cantador, que é um dos instrumentistas ou o dançarino solista.3

Outra peculiaridade do samba baiano era a forma de concurso que a danças às vezes apresenta, que era uma disputa entre os participantes para ver quem melhor executava seus detalhes solistas. Afora a umbigada, comum a todo o samba, o da Bahia apresentava três passos fundamentais: corta-a-jocasepara-o-visgo e apanha-o-bago. Há também outro elemento coreográfico, dançado pelas mulheres: o miudinho (este também aparecia em São Paulo, como dança de solistas en centro de roda.).3

Os instrumentos do samba baiano eram o pandeiro, o violão, o chocalho e, às vezes, as castanholas e os berimbaus.3

Samba paulista antigo[editar]

Em São Paulo, o samba passou do domínio negro para o caboclo. E, na zona rural, pode se apresentar sem a tradicional umbigada. Há também outras variantes coreográficas, podendo os dançarinos se dispor em fileiras opostas - homens de um lado, mulheres de outro. Os instrumentos do samba paulista eram as violas, os adufes e os pandeiros.3

Existem referências a este tipo de samba de fileiras em Goiás, com a diferença de que lá foi conservada a umbigada. É possível que a disposição primitiva de roda, em Goiás, tenha sido alterada por influência da quadrilha ou do cateretê. De acordo com o historiador Luís da Câmara Cascudo, é possível observar a influência da cidade no samba pelo fato de ele ser também dançado por par enlaçado.3

Modernização e urbanização do samba carioca[editar]

Primeira geração: Donga, Sinhô e cia[editar]

Avó do compositor Bucy Moreira, Tia Ciata foi uma das responsáveis pela sedimentação do samba carioca. Segundo o folclore de época, para que um samba alcançasse sucesso, ele teria que passar pela casa de Tia Ciata e ser aprovado nas rodas de samba das festas, que chegavam a durar dias. Muitas composições foram criadas e cantadas em improvisos, caso do samba "Pelo telefone" (deDonga e Mauro de Almeida), samba para o qual também havia outras tantas versões, mas que entraria para a história da música brasileira como o primeiro a ser gravado, em 1917.1

Primeira Linha
 
 
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Composição de Heitor dos Prazeres. Gravação de 1930 porBenedito Lacerda e grupo Gente do Morro.

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Samba de fato
 
 
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Composto por Pixinguinha e Cícero de Almeida. Interpretação de Patrício Teixeira e Trio T.B.T. gravada em 1932.

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Embora outras gravações tenham sido registradas como samba antes de "Pelo Telefone", foi esta composição assinada pela dupla Donga/Mauro de Almeida que é considerada como marco fundador do gênero. Ainda assim, a canção tem autoria discutida e sua proximidade com o maxixe fez com que fosse designada por fim como samba-maxixe. Esta vertente era influenciada pela dança maxixe e tocada basicamente ao piano - diferentemente do samba carioca tocado nos morros - e teve como expoente o compositorSinhô, auto-intitulado "o rei do samba", que com outros pioneiros como Heitor dos Prazeres e Caninha, estabeleceria os primeiros fundamentos do gênero musical.2

Dentro do processo de modernização do samba urbano carioca, surgia também o futuramente conhecido Samba de partido-alto. Com suas origens nas umbigadas africanas e é a forma de samba que mais se aproxima da origem do batuque angolano, do Congo e regiões próximas.13 O partido-alto costuma ser dividido em duas partes: o refrão e os versos. A primeira parte é o núcleo do qual correm soltos os versos improvisados. Esta cantoria é a arte de criar versos, em geral de improviso e constituído de peças da tradição oral, e cantá-los sobre uma linha melódica preexistente ou também improvisada, praticada, em diversas modalidades.14 Por ter uma essência baseada na improvisação, o samba de partido-alto passaria a ser muito cantado principalmente nos chamados "pagodes", habituais reuniões festivas, regadas a música, comida e bebida, e mais adiante nos terreiros das futuras escolas de samba cariocas.13 14

Segunda Geração: Turma do Estácio e sambistas do morro[editar]

Morro da Mangueira: reduto de sambistas como Cartola e Nelson Cavaquinho.

Durante as primeiras décadas do século XX, a especulação imobiliária se espalhava pelacidade do Rio de Janeiro. Com isso, formaram-se diversos morros e favelas no cenário urbano carioca. O samba carioca que havia nascido no centro da cidade galgaria as as encostas dos morros e se alastraria pelos subúrbios da cidade. Estes locais seriam o celeiro de novos talentos musicais e da consolidação moderna do samba urbano carioca surgido com as "tias baianas".15 Foram inovações tão importantes que perduram até os dias atuais dentro do samba carioca urbano, mais tarde alçado à condição de "nacional".816

Na Pavuna
 
 
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Gravação de 1929 por Almirante (samba composto por Homero Dornelas). Sucesso no carnaval de 1930.

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O que será de mim
 
 
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Gravação de 1931 por Francisco Alves e Mário Reis (samba composto por Ismael Silva, Nilson Bastos e Francisco Alves)).

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Agora é Cinza
 
 
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Gravação de 1933 por Mario Reis (samba composto por Bide e Marçal). Samba campeão do carnval de 34.

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O grande propulsor de mudanças dentro do samba urbano carioca foi o bairro de Estácio de Sá. O Estácio de Sá era um bairro popular e com grande contingente de pretos e mulatos. Segundo o historiador José Ramos Tinhorão, era reduto de malandros - considerados pelas classes altas - "perigosos".17 Foi nesse bairro que se gestaria o novo e definitivo samba urbano carioca, com a chamada "Turma do Estácio", onde surgiria a Deixa Falar, a primeiraescola de samba brasileira.18 Inicialmente um rancho carnavalesco, posteriormente um bloco carnavalesco e por fim, uma escola de Samba, a Deixa Falar teria sido a primeiro a desfilar no carnaval carioca ao som de uma orquestra de percussões formada por surdos,tamborins e cuícas, aos quais se juntavam pandeiros e chocalhos. Formada por alguns compositores do bairro do Estácio, entre os quaisAlcebíades Barcellos (o Bide), Armando MarçalIsmael SilvaNilton Bastos e mais os malandros-sambistas BaiacoBrancuraMano EdgarMano Rubem, a "Turma do Estácio" marcaria a história do samba brasileiro por injetar ao gênero uma cadência mais picotada, que teve endosso de filhos da classe média, como o ex-estudantede direito Ary Barroso e o ex-estudante de medicina Noel Rosa. Este conjunto instrumental foi chamado de "bateria" e prestava-se ao acompanhamento de um tipo de samba que já era bem diferente dos de DongaSinhô e Pixinguinha, ou seja, um samba que adquiria uma característica de música mais "marchada" e que fosse devidamente ritmado de forma que pudesse ser acompanhado no desfile de carnaval. Assim, essa aceleração rítmica distanciava-se, sem deixar de ser batucado, do andamento amaxixado de figuras proeminentes da "primeira geração" do samba urbano carioca, que não se conformavam com o estilo que ganhava mais e mais adeptos. Para essa primeira geração, as modificações da Turma do Estácio eram uma deturpação ao samba.8 Outra mudança estrutural decorrente do samba da Turma do Estácio foi a valorização das segundas partes da letra e música das composições. Em lugar de usar a típica improvisão das rodas de samba de partido-alto, houve a a consolidação de seqüências preestabelecidas, que teriam um tema (por exemplo: o cotidiano carioca, o amor) e a possibilidade de se encaixar tudo dentro dos padrões de gravações fonográficas da época, de 78 rpm (algo em torno de três minutos).8

As inovações rítmicas dos sambistas da Estácio de Sá foram assimiladas por blocos carnavalescos em Osvaldo Cruz e também alcançaram os morros da MangueiraSalgueiro e São Carlos, já que suas rodas de samba eram freqüentadas por compositores dos morros cariocas, como Cartola e Gradim (da Mangueira), Canuto (do Salgueiro), Ernani Silva, o Sete (do subúrbio de Ramos), e posteriormente outros futuros bambas como Nelson CavaquinhoCarlos Cachaça e Geraldo PereiraPaulo da PortelaAlcides Malandro HistóricoManacéChico SantanaMolequinhoAniceto do Império Serrano. Acompanhados por um pandeiro, um tamborim, uma cuíca e um surdo, estes compositores terminariam por influenciar e lapidar as características essenciais desse novo samba carioca urbano.3 Esse samba feito à moda do Estácio de Sá e dos sambistas dos morros cariocas firmaria-se como o samba carioca "por excelência", e com o passar do tempo, "de raiz", "autêntico".19

Difusão e "nacionalização" do samba carioca[editar]

Entre o final da década de 1920 e meados da década de 1940, o samba urbano carioca deixaria de ser considerado expressão local (como são tidos sambas em outras partes do país). Graças ao Estado, alcançaria status de símbolo "nacional".8 9 16 Esse samba oriundo de uma região do Rio de Janeiro espalhava-se por outras áreas da cidade, não apenas com os sambas de carnaval, mas também com novas formas dentro do estilo moderno carioca, como o samba-canção e o samba-exaltação. Difundidos pelas ondas do rádio,20 estes estilos cariocas seriam conhecidos em outras partes do Brasil, que, com a influência do governo federal brasileiro (mais propriamente partir dos projetos político-ideológicos do Estado Novo de Getúlio Vargas), elevaria o samba local da cidade do Rio de Janeiro à condição de samba "nacional" - muito embora existam outras formas e práticas do samba no país.8 16 20 A aproximação do Estado brasileiro com a música popular deu-se também pela oficialização, em 1935, do desfile de carnaval pela Prefeitura do então Distrito Federal.

No período de consolidação do samba carioca como "samba nacional", surgiram uma nova safra de interprétes, que obtiveram grande sucesso radiofônico, como Francisco AlvesMário ReisOrlando SilvaSilvio CaldasCarmen MirandaAracy de AlmeidaDalva de Oliveira, entre outros, e despontaram muitos compositores oriundos da classe média, como Noel RosaAry BarrosoLamartine Babo,Braguinha (conhecido também como João de Barro) e Ataulfo Alves. E mais tarde, Assis Valente, de Ataulfo Alves, de Custódio Mesquita, de Dorival Caymmi, de Herivelto Martins, de Pedro Caetano, de Synval Silva, que conduziram esse samba para caminhos ao gosto da indústria musical.2

Novos formatos dentro do samba carioca[editar]

Conversa de botequim
 
 
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Composto por Noel Rosa e Vadico. Gravação de 1935 por Noel Rosa.

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Uva de caminhão
 
 
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Composto por Assis Valente. Gravação de 1939 por Carmem Miranda.

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Um dos carros-chefes das programações das emissoras de rádios na década de 1930 eram as composições de samba-canção, lançado inicialmente em 1928 com a gravação "Ai, Ioiô" (de Henrique Vogeler), na voz de Aracy Cortes. Também conhecido como samba de meio do ano, o samba-canção se firmou na década seguinte. Era uma forma mais lenta e cadenciada do samba e tinha como ênfase musical uma melodia geralmente de fácil aceitação. Esta vertente foi influenciado mais tarde por ritmos estrangeiros, primeiramente pelo fox e, nadécada de 1940, pelo bolero de enredos sentimentais. Se o samba carioca moderno dos sambistas da Estácio e dos morros tratava de temas diversos como malandragem, mulheres comportadas, favelas, o samba-canção destacava os sofrimentos amorosos. Além de "Ai, Ioiô", alguns outros clássicos do samba-canção foram "Risque""No Rancho Fundo""Copacabana" e "Ninguém Me Ama". Com o passar dos anos, outros artistas ganharam notoriedade no estilo, comoAntônio MariaCustódio MesquitaDolores DuranFernando LoboHenrique VogelerIsmael NetoLupicínio Rodrigues e Batatinha. Osamba-canção seria ainda uma das principais fontes de inspiração da bossa nova no final da década de 1950.

Outra variante que surgia na década de 1930 era o samba-choro, que como aponta o nome, misturava o fraseado instrumental do choro(com flauta) ao batuque do samba. Entre as primeiras composições no estilo, figuram "Amor em excesso" (de Gadé e Valfrido Silva, em 1932) e "Amor de parceria" (de Noel Rosa, em 1935). Ainda naquele período, Heitor dos Prazeres lançou o samba "Eu choro" e o termo "breque" (do inglês break), então popularizado com referência ao freio instantâneo dos novos automóveis. Era o surgimento dosamba-de-breque, variante do samba-choro caracterizada por um ritmo acentuadamente sincopado com paradas bruscas, os chamados breques, durante a música para que o cantor fizesse uma intervenção - geralmente frases apenas faladas, diálogos ou comentários bem humorados do cantor, que confere graça e malandragem na narrativa. Luís Barbosa foi o primeiro a trabalhar este tipo de samba, que conheceu em Moreira da Silva o seu expoente máximo. Outro destaque desta vertente foi Germano Mathias.

Escolas de samba e oficialização do desfile de Carnaval[editar]

Depois da fundação da Deixa Falar, o fenômeno das escolas de samba tomou conta do cenário carioca. Juntamente com as escolas de samba que galgaram estágios de aceitação, admiração e paternalização através dos anos, o samba-enredo se tornou um dos símbolos nacionais. Inicialmente, o samba-enredo não tinha enredo, mas isso mudou quando o Estado - notadamente durante oEstado Novo de Getúlio Vargas - assumiu a organização dos desfiles e obrigou o sambas-enredo a ser sobre a história oficial do Brasil.21 A letra do samba-enredo conta uma história que servirá de enredo para o desenvolvimento da apresentação da escola de samba. Em geral, a música é cantada por um homem, acompanhado sempre por um cavaquinho e pela bateria da escola de samba, produzindo uma textura sonora complexa e densa, conhecida como batucada.

Durante a década de 1930, era costume em um desfile de escola de samba que, na primeira parte, esta apresentasse um samba qualquer e, na segunda parte, os melhores versadores improvisassem, geralmente com sambas saídos do terreiros das escolas (atuais quadras). Estes últimos ficaram conhecidos como sambas-de-terreiro. Iniciadas nos moldes dos ranchos carnavalescos, as escolas de samba – inicialmente com MangueiraPortelaImpério SerranoSalgueiro e, nas décadas seguintes, com Beija-FlorImperatriz Leopoldinense e Mocidade Independente – cresceriam ao logo das décadas seguintes até dominarem o Carnaval carioca, transformando-o em um grande negócio com forte impacto no movimento turístico.

A influência do Estado na promoção do samba carioca[editar]

Carmen Miranda no filme The Gang's All Here. Cantora luso-brasileira ajudou a divulgar o samba em nível internacional.

O presidente Getúlio Vargas deu grande suporte a popularização e consolidação do samba carioca urbano, em detrimento a outras variedades de samba cultivadas em outras regiões do país (assim como de outros gêneros musicais bastante populares regionalmente, como emboladascocos, amúsica caipira paulista). Principalmente durante o Estado Novo, o governo brasileiro patrocinava apresentações públicas de intérpretes populares desse samba em eventos badalados - como o "Dia da Música Popular" e a "Noite da Música Popular". Símbolo da elite carioca, o Teatro Municipal do Rio de Janeiro passou a receber artistas renomados do samba. Em uma ação para promover o estilo como produto genuinamente "nacional", as transmissões radiofônicas oficiais incumbiam-se de levar o samba carioca urbano ao exterior. Houve até programas irradiados para aAlemanha nazista diretamente do terreiro da escola de samba Mangueira. Muitos cantores também integravam comitivas presidenciais em viagem ao estrangeiro.8

Villa-Lobos foi um dos intelectuais renomados que reconheceram o valor do samba.

Além de ganhar status de "música nacional" durante a Era Getúlio Vargas, o samba (carioca urbano) passou a ter também reconhecimento dentro de setores da elite cultural nacional. Entre eles, o maestro Heitor Villa-Lobos, que ajudou a organizar uma gravação com o maestro erudito norte-americano Leopold Stokowski no návio Uruguai, em 1940, do qual participaram CartolaDongaJoão da BaianaPixinguinha e Zé da Zilda.22 Cassinos e o cinema foram outros instrumentos que ajudaram a consolidar a posição do samba (carioca urbano) como símbolo musical nacional - a cantora luso-brasileira Carmen Miranda, bastante popular à época, conseguiu projetar esse samba internacionalmente a partir de filmes.

A ideologia do Estado Novo de Getúlio Vargas ajudou a retirar a imagem de marginalidade samba carioca, outrora negativamente associada "como antro de malandros e desordeiros",23 O Departamento de Imprensa e Propaganda procurava coagir compositores a abandonarem a temática da malandragem nos seus sambas, através de políticas de aliciamento ou na base da censura. É do final dos anos trinta do século XX que surgiria um estilo de samba de "caráter legalista", conhecido mais tarde como samba-exaltação (ou também "samba da legalidade").2 O samba-exaltação caracterizava-se por composições em exaltação ao trabalho (como na notória letra de "O Bonde São Januário", parceria de Ataulfo Alves) com o "malandro consagrado" Wilson Batista, sucesso do carnaval de 1941) ou ao país (como "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, gravada por Francisco Alves em 1939, e que se transformou no primeiro sucesso musical brasileiro no exterior). Apesar da atuação do Estado na cooptação de sambistas, havia compositores que tentavam driblar o poder censório ditatorial, com letras carregadas de sutilezas e ironias (como em "Recenseamento", de Assis Valente, que embora pareça reproduzir o discurso de exaltação ao "Brasil grande e trabalhador", desmonta os argumentos oficiais).8

Influências externas no samba urbano[editar]

A partir da década de 1940 e ao longo da década de 1950, o samba recebeu novas influências de ritmos latinos e norte-americanos. As concentrações urbanas provocaram o aparecimento das primeiras danceterias populares, as chamadas gafieiras, palco para estilos novos que surgiriam dentro do seio do samba, como são os casos dos sincopados samba-choro e samba de gafieira. O samba-de-gafieira foi um sub-gênero surgido sob influência de ritmos latinos e norte-americanos - geralmente instrumentais e tocados por orquestras norte-americanas (adequada para danças praticadas em salões públicos, gafieiras e cabarés) - que chegavam ao Brasil em meados da década de 1940 e ao longo da década de 1950. Nesta década surgiu também a sambalada - uma espécie de samba-canção com letras românticas e ritmo lento como as baladas lançadas no mercado brasileiro.

No final da década de 1950, nasceria o principal a Bossa Nova. Nascida na zona sul do Rio de Janeiro e fortemente influenciado pelojazz, a Bossa Nova marcaria a história do samba e da música popular brasileira com uma acentuação rítmica original - que dividia o fraseado do samba e agregava influências do impressionismo erudito e do jazz - e um estilo diferente de cantar, intimista e suave.24Após precursores como Johnny AlfJoão Donato e músicos como Luís Bonfá e Garoto, este sub-gênero foi inaugurado por João GilbertoTom Jobim e Vinicius de Moraes, e teria uma geração de discípulos-seguidores como Carlos LyraRoberto MenescalDurval Ferreira e grupos como Tamba TrioBossa 3Zimbo Trio e Os Cariocas.

Também no final da década de 1950, surgiria o sambalanço, uma ramificação popular da bossa nova (que era mais apreciada pelaclasse média). Também misturava o samba com ritmos norte-americanos como o jazz. O sambalanço foi muito tocado em bailes suburbanos das décadas de 19601970 e 1980. Este estilo projetou artistas como Bebeto, Bedeu, Copa 7, Djalma Ferreira, Os Devaneios, Dhema, Ed Lincoln e Seu Conjunto, Elza Soares, Grupo Joni Mazza, Luis AntonioLuís Bandeira, Luiz Wagner, Miltinho, entre outros.

Reaproximação com o morro[editar]

Nelson Sargento em show no Sesc Esquina, Curitiba, em2007. Artista integrou o conjunto A Voz do Morro.

Com a bossa nova, o samba se afastou ainda mais de suas raízes populares. A influência do jazzaprofundou-se e foram incorporadas técnicas musicais eruditas. A partir de um festival no Carnegie Hallde Nova York, em 1962, a Bossa nova alcançou sucesso mundial. Mas ao longo das décadas desessenta e setenta, muitos artistas que surgiam - como Chico Buarque de HolandaBilly Blanco,Martinho da Vila e Paulinho da Viola defenderam o retorno do samba a sua batida tradicional, com a reaparição de veteranos como CandeiaCartolaNelson Cavaquinho e Zé Kéti.

No início da década de 1960 foi criado o "Movimento de Revitalização do Samba de Raiz", promovido pelo Centro Popular de Cultura, em parceria com a União Nacional dos Estudantes. Foi o tempo do aparecimento do bar Zicartola, dos espetáculos de samba no Teatro de Arena e no Teatro Santa Rosa e de musicais como "Rosa de Ouro". Produzido por Hermínio Bello de Carvalho, o "Rosa de Ouro" revelouAraci Cortes e Clementina de Jesus.

Dentro da bossa nova surgiram dissidências. Uma delas gerou os Afro-sambas de Baden Powell eVinicius de Moraes. Além disso, parte do movimento se aproximou de sambistas tradicionais, especialmente de Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Kéti e, mais adiante, Candeia, MonarcoMonsueto e Paulinho da Viola.1 A exemplo do sambista Paulo da Portela, que intermediou as relações do morro com a cidade quando o samba era perseguido, Paulinho da Viola - também da Portela - seria uma espécie de embaixador do gênero tradicional diante de um público mais vanguardista, entre os quais ostropicalistas. Também do interior da bossa nova apareceria Jorge Ben para dar sua contribuição autoral mesclada com o rhythm and blues norte-americano, que mais adiante suscitaria o aparecimento de um subgênero apelidado suíngue (ou samba-rock).2

Durante os anos sessenta, apareceram grupos formados por sambistas com experiências anteriores no universo do samba e músicas gravadas por grandes nomes da MPB. Entre eles, estavam Os Cinco Crioulos (composto por Anescarzinho do SalgueiroElton MedeirosNelson SargentoJair do Cavaquinho e Paulinho da Viola, substituído mais tarde por Mauro Duarte), A Voz do Morro(composto por Anescarzinho do Salgueiro, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Nelson Sargento, Oscar Bigode, Paulinho da Viola, Zé Cruz e Zé Kéti), Mensageiros do Samba (Candeia e Picolino da Portela), Os Cinco Só (Jair do Cavaquinho, VelhaWilson MoreiraZitoZuzuca do Salgueiro).

Fora da cena principal dos chamados festivais de Música Popular Brasileira, o samba encontraria na Bienal do Samba, no final dos anos sessenta, o espaço destinado a grandes nomes do gênero e seguidores. Ainda naquele final de década, aparecia o chamado"samba-empolgação" dos blocos carnavalescos Bafo da Onça (Catumbi), Cacique de Ramos (Olaria) e Boêmios de Irajá (Irajá).1

Ainda na década de 1960, surgiu o samba-funk. O samba-funk surgiu no final da década de 1960 com o pianista Dom Salvador e o seu Grupo Abolição, que mesclavam o samba com o funk norte-americano recém-chegado em terras brasileiras. Com a ída definitiva de Don Salvador para os Estados Unidos, o grupo encerrou as atividades, mas no começo da década de 1970 alguns ex-integrantes como Luiz Carlos Batera, José Carlos Barroso e Oberdan Magalhães se juntaram a Cristóvão Bastos, Jamil Joanes, Cláudio Stevenson e Lúcio da Silva para formar a Banda Black Rio. O novo grupo aprofundou o trabalho de Don Salvador na mistura do compasso binário do samba brasileiro com o quaternário do funk americano, calcado na dinâmica de execução, conduzida pela bateria e baixo. Mesmo após o fim da Banda Black Rio, em 1980DJs britânicos passaram a divulgar o trabalho do grupo e o ritmo fora redescoberto em toda aEuropa, principalmente na Inglaterra e Alemanha.1

Massificação do samba urbano[editar]

Martinho da Vila, um dos artistas que popularizaram o estilo partido-alto.

No começo da década de 1970, novamente o samba viveria um período de revalorização, que projetariacantoras como AlcioneBeth Carvalho e Clara Nunes - ambas com grandes vendagens de discos -,25além do cantor Roberto Ribeiro e dos compositores João NogueiraNei Lopes e Wilson Moreira. O samba passou a ser novamente muito executado nas rádios, com grande destaque para sua vertentepartido-alto e com o domínio das paradas de sucesso por artistas como Martinho da VilaBezerra da Silva, Clara Nunes e Beth Carvalho.

Na virada da década de 1960 para a década de 1970, o jovem Martinho da Vila daria uma nova face aos tradicionais sambas-enredo consagrados por autores como Silas de Oliveira e Mano Décio da Viola, compactando-os e ampliando sua potencialidade no mercado musical. Além disso, Martinho popularizaria o estilo do samba-de-partido-alto (com canções como "Casa de Bamba" e "Pequeno Burguês"), lançadas no seu primeiro álbum em 1969.

Embora o termo tenha surgido no início do século XX nas rodas na casa da Tia Ciata - inicialmente para designar música instrumental -, o termo partido alto passou a ser utilizado para denominar um tipo de samba que é caracterizado por uma batida de pandeiro altamente percussiva, com uso da palma da mão no centro do instrumento para estalos. A harmonia do partido alto é sempre em tom maior, geralmente tocado por um conjunto de instrumentos de percussão (normalmente surdopandeiro e tamborim) e acompanhado por um cavaquinho e/ou por um violão. Mas este partido-alto assimilado pela indústria fonográfica era feito de solos escritos, e não mais improvisados e espontâneos, segundo os cânones tradicionais.14

Também naquela década, muitos críticos musicais cunharam em sentido pejorativo os termos samba-jóia ou sambão-jóia, para designar um tipo de samba supostamente de qualidade duvidosa ou cafona. Outros críticos perceberam no termo - e nos cantores e compositores a ele relacionado - uma certa importância para a MPB. Entre alguns nomes do samba-jóia, estavam Agepê (interprete de"Moro onde não mora ninguém"), Antonio Carlos e Jocafi (de "Você abusou"), Benito Di Paula (de "Retalhos de cetim" e às vezes também classificado como "sambolero com um toque latino", pois usava freqüentemente em suas apresentações pianotimba,chimbal),Pandeiro,Tumbadora,Baixo e Timbales Luiz Ayrão (de "Mulher à brasileira"), Jorginho do Império (de "Dinheiro vai, dinheiro vem"), Os Originais do Samba (de "Falador Passa Mal"), Tom e Dito (de "Tamanco malandrinho"). Beth Carvalho também emplacaria"Vou Festejar" e "Coisinha do Pai", dois sambas chamados "jóias logo aceitos por várias faixas sociais - principalmente pelas mais baixas -, mas considerados por alguns críticos como de "qualidade duvidosa".25

Outros críticos, no entanto, valorizavam o fato deste estilo de samba recolocá-lo nas principais emissoras de rádio e TV do país, além de serem responsáveis por vendas expressivas de discos do gênero naquela década.1 Parte da crítica favorável via em "Tonga da Mironga do Kabuletê" (de Toquinho e Vinícius de Moraes) como exemplos de samba-jóia.

Ainda na década, se destacaria na cidade de São Paulo Geraldo Filme, um dos principais nomes do samba paulistano - ao lado deGermano MathiasOsvaldinho da CuícaTobias da Vai-VaiAldo Bueno e Adoniran Barbosa, este último já devidamente reconhecido nacionalmente antes de ser relembrado e regravado com mais frequência nos anos setenta. Sambista da Barra Funda, um reduto do samba paulistano, Firme era também freqüentador das rodas de "Tiririca", no Largo da Banana, e montou os espetáculos "Balbina de Yansã" e "Pagodeiros da Paulicéia", em parceria com Plínio Marcos.

Em Salvador, compositores como Riachão, Panela, Batatinha, Garrafão e Goiabinha, foram seguidos por Tião MotoristaChocolate, Nélson Balalô, J. Luna, Edil PachecoEderaldo GentilWalmir LimaRoque FerreiraWalter QueirozPaulinho Boca de Cantor eNelson Rufino, que mantiveram a tradição dos sambas-de-roda e samba-coco.

E ao final da década, João Bosco em dupla com o poeta Aldir Blanc - dois discípulos dos estilos de violão tocados por Baden Powell,Dorival Caymmi e Gilberto Gil - também ajudariam a renovar o samba tradicional (inclusive o de enredo) - algo que Aldir continuaria a fazer com novos parceiros como Guinga e Moacyr Luz na década de 1990.1

Zeca Pagodinho é um dos sambistas mais populares do Brasil.

Depois de um período de esquecimento onde as rádios eram dominadas pela Disco Music e pelo rock brasileiro, o samba consolidou sua posição no mercado fonográfico na década de 1980. Compositores urbanos da nova geração ousaram novas combinações, como o paulista Itamar Assumpção, que incorporou a batida do samba ao funk e ao reggae em seu trabalho de cunho experimental. Mas foi no início da década de 1980 que o samba reapareceu no cenário brasileiro com um novo movimento, chamado de pagode. Com características do choro e um andamento de fácil execução para os dançarinos, o pagode é basicamente dividido em duas tendências. A primeira delas é mais ligada aopartido-alto, também chamada de pagode de raiz, que conservava a linhagem sonora e fortemente influenciada por gerações passadas. A segunda tendência, considerada mais "popular", ficou conhecida como "pagode-romântico" e passou a ter grande apelo comercial na década de 1990 em diante.

Nascido no final da década anterior, por meio das rodas de samba que um grupo de cantores e compositores faziam embaixo da tamarineira da quadra do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos, o pagode era um samba renovado, que utilizava novos instrumentos que davam uma sonoridade peculiar àquele grupo, como o banjo com braço de cavaquinho (criado por Almir Guineto) e o tantã (criado porSereno), e uma linguagem mais popular.

Pontuado pelo banjo e pelo tantã, o pagode seria uma resposta ao ocaso do samba no início dos anos oitenta, que teria obrigado os seus seguidores a se reunirem em fundos de quintal para mostrar suas novas composições diante de uma platéia de vizinhos. Este ramal do samba, movido a partido-alto, revelaria inicialmente nomes como Almir Guineto, Jorge Aragão,Jovelina Pérola Negra e Zeca Pagodinho (o único que se firmaria ao fim da onda inicial) - além do Grupo Fundo de Quintal, que revelaria ainda a dupla Arlindo Cruz e Sombrinha. Também partideiro, da década anterior, Bezerra da Silva emplacaria seus chamados"sambandidos", canções com enredos que documentavam a guerra civil da sociedade partida.2

Em meio da euforia consumista do Plano Cruzado, os pagodeiros se mostraram excelentes vendedores de discos - sempre mais de 100 mil cópias por lançamento - e conquistaram seu espaço na grande mídia, de onde não saíram mais do rádio e da TV. Esse pagode, cujo auge mercadológico verificou-se exatamente em 1986, teve como mola mestra estética a ampla exposição e revalorização do partido-alto, modalidade de samba, até então de pouquíssima visibilidade. Assim, as rodas de samba de "fundos de quintal" revelaram ou confirmaram o talento de muitos bons versadores, cultores da velha arte, como a dupla que reunia o conhecidoZeca Pagodinho e o desconhecido Deni de Lima, sobrinho de Osório Lima, legendário compositor do Império Serrano.14

De uma curtição exclusivamente suburbana, os pagodes (tanto a festa, com suas comidas e bebidas, quanto o novo estilo) se tornaram moda também nos bairros da zona sul do Rio e em diversos localidades do Brasil. O ímpeto aos poucos diminuiu, com a consequente queda de poder aquisitivo do seu maior público consumidor – as classes menos abastadas. Mas logo, uma nova modalidade desse subgênero, bem mais comercial e desvinculada das raízes, passaria a ser conhecida como pagode.26

Samba urbano no fim do século XX[editar]

Pagode dos anos 1990[editar]

No final da década de 1980, o pagode enchia salões e, no início dos anos noventa. A indústria fonográfica, já amplamente orientada para a globalização pop, usurpou o termo pagode, batizando com ele uma forma diferente de fazer samba que guardava poucos elementos com o samba inovador da década anterior, massificando-o de forma enganosa. Essa diluição partia majoritariamente dacidade de São Paulo, o que engendrou o rótulo equivocado de "pagode paulista".14 E seus principais arautos foram os músicos de um grupo que, inclusive, segundo as edições em partitura de seus primeiros lançamentos, pretendia estar fazendo o que se chamava de"samba-rock", mas na verdade eram mais uma variação mais pop do samba-rock.26 Assim, as grandes gravadoras criaram um novo tipo de pagode, que muitos chamariam de "pagode-romântico""pagode comercial", ou simplesmente tachado de "pagode".

Vertente mais distanciada do pagode "de raiz" do final dos anos setenta, esse pagode "romântico" se tornaria um fenômeno comercial, com o lançamento de dezenas de artistas e grupos paulistasmineiro e carioca, entre os quais se destacou inicialmente o grupo Raça Negra e também os grupos RaçaSó Pra ContrariarKatinguelêSó Preto Sem PreconceitoNegritude JúniorArt Popular,ExaltasambaIrradia SambaKaô do SambaOs TravessosSoweto e Molejo entre outros. Sua massificação nas emissoras de rádios e TVs ajudou a melhorar a arrecadação de direitos autorais e fez com que as músicas norte-americanas ficassem em segundo lugar em arrecadação durante aquela década, algo inédito no Brasil. A maioria desses grupos se desfizeram, mas outros apareceram nos últimos anos, de forma que ainda é um dos ritmos mais ouvidos no Brasil. Apesar disso, este tipo de pagode desagrada grande parte da crítica musical, que questiona especialmente a qualidade das músicas.1 Ainda nos anos noventa, apareceram mais duas fusões de samba com outros gêneros musicais. O primeiro deles foi o samba-rap, criado nas favelas e presídios paulistanos e cariocas. O outro foi o samba-reggae, este surgido a partir de manifestação de grupos baianos, cariocas e paulistas em modificar o pagode tradicional e o transformar em um samba suingado.

Suingueira[editar]

Em meados dos anos noventa surgiu no Estado da Bahia o que se chamava "Samba da Bahia", que mais tarde ficou conhecido como Suingueira. Este estilo é caracterizado como uma mistura de Pagode e rítmos regionais da Bahia, principalmente com os tocados durante o carnaval e o que se intitula, popularmente, como Axé Music. Este tipo de música ficou famosa pela intensa vendagem de discos de grupos como É o Tchan (antigo Gera Samba), Companhia do PagodeHarmonia do SambaTerra SambaPatrulha do SambaTchakabunPsirico e muitos outros que se destacara na cena musical baiana.

Samba no século XXI[editar]

Marcelo D2 foi o pioneiro em misturar hip hop com samba.

A partir do ano 2000, surgiram alguns artistas que buscavam se reaproximar do samba mais vinculado à estilo consolidado nos morros cariocas, muitas vezes chamado "samba de raiz". Foram os casos deMarquinhos de Oswaldo CruzTeresa Cristina e Grupo Semente, entre outros, que contribuíram para a reabilitação da região da Lapa, no Rio de Janeiro. Outros nomes surgiram nesse tradicional reduto do samba, como o compositor Edu Krieger, que foi gravado por nomes como Roberta Sá e Maria Rita, a cantora Manu Santos, novata revelada no festival mais importante da Lapa nos dias atuais, a Mostra de Talentos do Carioca da Gema - que também trouxe nomes como Eliza AdorRoberta Espinosa,Moyseis Marques entre vários outros. Em São Paulo, o grupo Quinteto em Branco e Preto desenvolve o evento (no bairro de Santo Amaro"Samba da Vela" - no qual seus participantes só cantam sambas inéditos de compositores desconhecidos da indústria musical.27 28 Isso tudo contribuiu para atrair vários artistas do Rio de Janeiro que, além de shows, fixaram residência em bairros da capital, comoSão Mateus.1 Já grupos como o Funk Como Le Gusta e Clube do Balanço deram continuidade aos bailes inspirados na época do sambalanço e do samba-rock.

Em 2004, o então ministro da cultura Gilberto Gil apresentou à Unesco o pedido de tombamento do samba como Patrimônio Cultural da Humanidade, na categoria "Bem Imaterial", através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.29 30 A data foi criada por iniciativa de um vereador deSalvador, Luis Monteiro da Costa, em homenagem a Ary Barroso, que havia composto "Na Baixa do Sapateiro" embora sem ter conhecido a Bahia. Assim, 2 de dezembro marcou a primeira visita de Ary Barroso a Salvador. Inicialmente, o Dia do Samba era comemorado apenas em Salvador, mas acabou transformado em data nacional.31 32

No ano seguinte, o samba-de-roda do Recôncavo Baiano foi proclamado "Patrimônio da Humanidade" pela Unesco, na categoria de"Expressões orais e imateriais".5 6 Em 2007, o IPHAN conferiu registro oficial, no Livro de Registro das Formas de Expressão, às matrizes do samba do Rio de Janeiro: samba de terreiropartido-alto e samba-enredo.29 30

Instrumentos de samba[editar]

O samba é tocado basicamente por instrumentos de percussão e acompanhado por instrumentos de corda. Em vertentes como osamba-exaltação e o samba-de-gafieira, foram acrescentados instrumentos de sopro.

Instrumentos básicos[editar]

Em vertentes[editar]

O samba na cultura popular[editar]

Da mesma forma que o batuque, já desde o início do século XIX, a palavra samba se estendeu como designação de qualquer tipo debaile popular, sinônimo de arrasta-pébate-chinelabrincadeirabalança-flandrebaianacateretêfandangofobóforróforrobodó,funçãofungangápagodexibazambê, entre outros.3

Além de ritmo e compasso definidos musicalmente, traz historicamente em seu bojo toda uma cultura de comidas (pratos específicos para ocasiões), danças variadas33 (miudinho, coco, samba de roda, pernada), festas, roupas (sapato bico fino, camisa de linho etc), e ainda a pintura naif, de nomes consagrados como Nelson SargentoGuilherme de Brito e Heitor dos Prazeres, além de artistas anônimos das comunidades (pintores, escultores, desenhistas e estilistas) que confeccionam as roupas, fantasias, alegorias carnavalescas e os carros abre-alas das escolas de samba.1

Samba em outras partes do mundo[editar]

Além de ser um dos gêneros musicais mais populares do Brasil, o samba é bastante conhecido no exterior. É reconhecido também como símbolo brasileiro, ao lado do futebol e o carnaval. Esta história começou com o sucesso internacional de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, seguiu com Carmen Miranda (apoiada pelo governo Getúlio Vargas e a política da boa vizinhança norte-americana), que levou o samba para os Estados Unidos, passou ainda pela bossa nova, que inseriu definitivamente o Brasil no cenário mundial da música.

O sucesso do samba na Europa e no Japão apenas confirma sua capacidade de conquistar fãs, independente do idioma. Atualmente, há centenas de escolas de samba constituídas em solo europeu (espalhada por países como AlemanhaBélgicaHolandaFrança,SuéciaSuíça). Já no Japão, as gravadoras investem maciçamente no lançamento de antigos discos de sambistas consagrados, que acabou por criar um mercado formado apenas por catálogos de gravadoras japonesas.34

Bibliografia[editar]

  • ALENCAR, Edigar de. Nosso senhor do samba. Rio de Janeiro: FUNARTE, 1988.
  • DE STEFANO, Gildo, O povo do samba. O caso e os protagonistas da história da música popular brasileira, prefácio de Chico Buarque de Hollanda, Introdução por Gianni Minà, Edições de RAIRoma 2005. ISBN 8839713484
  • GARDEL, André. O Encontro Entre Bandeira e Sinhô. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1996.
  • MORAIS JUNIOR, Luis Carlos de. O Sol nasceu pra todos: a História Secreta do Samba. Rio de Janeiro: Litteris, 2011.

Referências

  1. ↑ a b c d e f g h i j k l Verbete Samba -Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.
  2. ↑ a b c d e f g Verbete Samba - Cliquemusic.
  3.  As Origens do Samba - Folha da Manhã, 6 de agosto de 1950.
  4. ↑ a b Samba de roda baiano é proclamado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO - Portal da Unesco28 de novembro de2005.
  5. ↑ a b Unesco declara samba brasileiro obra-prima - Folha Online25 de novembro de 2005.
  6.  "(...)a transformação do samba em música nacional não foi um acontecimento repentino, indo da repressão à louvação em menos de uma década, mas sim o coroamento de uma tradição secular de contatos(...) entre vários grupos sociais na tentativa de inventar a identidade e a cultura popular brasileiras". - VIANNA, Hermano. O Mistério do Samba. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; UFRJ, 1995, p. 34 - ISBN 8571103216.
  7. ↑ a b c d e f g h i PARANHOS, Adalberto.A invenção do Brasil como terra do samba: os sambistas e sua afirmação social. Revista História (São Paulo), vol. 22, núm. 1; UNESP 2003, pp. 81-113
  8. ↑ a b NAPOLITANO, Marcos. Auxilio luxuoso: Samba simbolo nacional, geração Noel Rosa e indústria cultural. Latin American Music Review - Volume 25, Number 2, Fall/Winter 2004, pp. 259-263
  9.  Verbete Samba - Nova Enciclopédia Ilustrada Folha.
  10.  , J. Muniz Júnior Edições Símbolo, Do batuque à escola de samba: subsídios para a história do samba, 33 a 35, 1976
  11.  Artistas nacionais à conquista do mundo. O País Online. Página visitada em 22 de Junho de 2012.
  12. ↑ a b LOPES, NEI - Enciclopédia brasileira da diáspora africana - Página 596 - Selo Negro Edições -ISBN 85-87478-21-4
  13. ↑ a b c d e LOPES, Nei. Partido-alto: samba de bamba. Rio de Janeiro: Pallas, 2005.
  14.  A invenção do Brasil como terra do samba: os sambistas e sua afirmação social - SciElo Brasil - Revista História, 2003.
  15. ↑ a b c VIANNA, Hermano. O Mistério do Samba. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; UFRJ, 1995, p. 34 - ISBN 8571103216.
  16.  "Em seus botequins reuniam-se os representantes da massa flutuante da população, que, figurando como excedente de mão-de-obra num quadro econômico-social acanhado, dedicava-se a biscates, ao jogo e à exploração de mulheres da região do Mangue, que lhe ficava próxima." - TINHORÃO, José Ramos. Música Popular — Um Tema em Debate. 3a ed., Editora 34, São Paulo, 1997. Páginas 91 e 92- ISBN 8573260726
  17.  "Esses "bambas", como eram conhecidos na época os líderes dessa massa de desocupados ou de trabalhadores precários, eram, pois, os mais visados no caso de qualquer ação policial. Assim, não é de estranhar que tenha partido de um desses representantes típicos das camadas mais baixas da época - Ismael Silva, Rubens e Alcebíades Barcelos, Sílvio Fernandes, o Brancura, e Edgar Marcelino dos Santos - a ideia de criar uma agremiação carnavalesca capaz de gozar da mesma proteção policial conferida aos ranchos e às chamadas Grandes Sociedades, no desfile pela Avenida, na terça-feria gorda." - TINHORÃO, José Ramos. Música Popular — Um Tema em Debate. 3a ed., Editora 34, São Paulo, 1997. Páginas 91 e 92- ISBN 8573260726
  18.  SANDRONI, Carlos. Transformação do Samba Carioca no Século XX. [S.l.]: Rio de Janeiro:Jorge Zahar, 2001..PDF
  19. ↑ a b Segundo José Miguel Wisnik, o samba abria "o espectro de repertório da Rádio Nacional em cujas ondas o imaginário do país viajava."- WISNIK, José M. "Algumas questões de música e política no Brasil". In BOSI, A. (org.). Cultura e Política. Temas e situações. São Paulo, Ática, 1987, pp. 114-123.
  20.  O samba, a malandragem e a política trabalhista de Vargas - Por Fabiana Cunha.
  21.  , José Adriano Fenerick Annablume,Nem Do Morro Nem Da Cidade, 81, 2005. ISBN 8574195200, 9788574195209
  22.  CABRAL, Sérgio. "Falando de samba e de bambas". In: História da música popular brasileira. Fascículo Bide, Marçal e Paulo da Portela. São Paulo: Abril Cultural, 1984, p. 2.
  23.  AS RE-INVENÇÕES E RE-SIGNIFICAÇÕES DO SAMBA NO PERÍODO QUE CERCA A INAUGURAÇÃO DA BOSSA NOVA: 1952-1967 - Marcelo Silva Gomes - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música.
  24. ↑ a b "No final da década de setenta, surgiria o termo "ABC do samba", relacionado as três cantoras, quando elas conseguiram bater recordes de venda. Interessante assinalar que também não foram vistas com bons olhos por muitos críticos por ter direcionado seus repertórios para ritmos afro-brasileiros, principalmente o samba, pois como está grafado na história de cada uma delas, nenhuma começou exatamente como sambista"- Verbete samba - Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.
  25. ↑ a b O samba que vem do fundo do quintal - Cliquemusic, 1 de janeirode 1999.
  26.  Samba da Vela faz 10 anos em SP e prepara novo CD - O Estado de São Paulo, 19 de julho de 2010
  27.  Em volta da vela, dez anos de sambas inéditos - O Estado de São Paulo, 19 de julho de 2010
  28. ↑ a b Iphan declara samba carioca Patrimônio Cultural do Brasil -Agência Brasil9 de outubro de 2007.
  29. ↑ a b Iphan declara samba carioca patrimônio cultural do Brasil - G19 de outubro de 2007.
  30.  Eventos pela cidade comemoram Dia Nacional do Samba - Folha Online1 de dezembro de 2006.
  31.  Dia Nacional do Samba - Academia do Samba
  32.  No livro "O samba na realidade…",de Nei Lopes, o autor enumera quatro princípios básicos para o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo, do qual era diretor. Um desses princípios diz respeito à movimentação dos sambistas da escola no desfile, o que serve para explicitar a "dança" do samba: "Samba mesmo é no passo curto, é drible de corpo, é 'no faz que vai, mas não vai', é no passo largo cheio de ginga, é no balançar dos braços, é no girar constante da cabeça, mostrando um sorriso contagiante, uma combinação improvisada de movimentos que ninguém do mundo consegue fazer igual ao brasileiro".
  33.  Batuque globalizado - Programa Século XX1, 17 de janeiro de 2007.

Ver também

Forró

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
 
Forró
Escultura em barro pintado de um sanfoneiro, um dos músicos que integram as bandas de forró. Caruaru,Pernambuco.
Informações gerais
Origens estilísticas PolcaContradança
Contexto cultural Início do século XIX, no Sertão nordestino
Instrumentos típicos SanfonaTriânguloZabumba
Popularidade Popular no Nordeste do Brasil, especialmente em Pernambuco,Paraíba e Ceará.
Subgêneros
XoteXaxadoBaiãoForró universitárioForró eletrônico
Cenas regionais
Região Nordeste

Forró é um ritmo e dança típicos da Região Nordeste do Brasil praticada nas festas juninas e outros eventos. Diante a imprecisão do termo, não existe consenso quanto a definição musical do forró como estilo musical, sendo geralmente associado o nome como uma generalização de vários ritmos musicais daquela região,como baião, aquadrilha, o xaxado, que tem influências holandesas e o xote, que tem influência de Portugal. São tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de um sanfoneiro(tocador de acordeão, que no forró é tradicionalmente a sanfona de oito baixos), umzabumbeiro e um tocador de triângulo. Também é chamado arrasta-pébate-chinela,fobó.

O forró possui semelhanças com o toré e o arrastar dos pés dos índios, com os ritmos binários portugueses e holandeses, porque são ritmos de origem europeia a chula, denominada pelos nordestinos simplesmente "forró", xote e variedades de polcaseuropeias que são chamadas pelos nordestinos de arrasta-pé e ou quadrilhas. A dança do forró tem influência direta das danças de salão europeias, como evidencia nossa história de colonização e invasões europeias.

Além do forró tradicional, denominado pé-de-serra, existe outras variações, tais como oforró eletrônico, vertente estilizada e pós-modernizada do forró surgida no início dadécada de 90 que utiliza elementos eletrônicos em sua execução, como a bateria, oteclado, o contrabaixo e a guitarra elétrica; e o forró universitário, surgido na capital paulista no final da década de 90, que é uma especie de revitalização do forró tradicional, que eventualmente acrescenta contrabaixo e violão aos instrumentos tradicionais, sendo a principal caracteristica os três passos basicos, sendo um deles o "2 para lá 2 para cá", que veio da polca.

Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Campina GrandeCaruaruMossoró e Juazeiro do Norte, que sediam as maiores Festa de São João do país. Já nas capitais AracajuFortalezaJoão Pessoa,NatalMaceióRecife, e Teresina, são tradicionais as festas e apresentações de bandas de forró em eventos privados que atraem especialmente os jovens.

História[editar]

Origem do nome[editar]

O termo "forró", segundo o filólogo pernambucano Evanildo Bechara é uma variante do antigo galego-português forbodó, relacionando o termo a farbodão, do francês faux-bourdon, que teria a conotação de desentoação. O elo semântico entre fabordão e forrobodó tem origem, segundo Fermín Bouza-Brey, na região noroeste da Península Ibérica (Galiza e norte de Portugal), onde "a gente dança a golpe de bumbo, com pontos monorrítmicos monótonos desse baile que se chama forbodo"1 .

Na etimologia popular (ou pseudoetimologia) é frequente associar a origem da palavra "forró" à expressão da língua inglesa for all (para todos). Para essa versão foi construída uma engenhosa história: no início do século XX, os engenheiros britânicos, instalados emPernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passaria a ser pronunciado "forró" pelos nordestinos. Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos estadunidenses e Pernambucopor Natal (Rio Grande do Norte) do período da Segunda Guerra Mundial, quando uma base militar dos Estados Unidos foi instalada nessa cidade.2

Apesar da versão bem-humorada, não há nenhuma sustentação para tal etimologia do termo, pois em 1937, cinco anos antes da instalação da referida base, a palavra "forró" já se encontrava registrada na história musical na gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta por Manuel Queirós e Xerém.

Histórico[editar]

Os bailes populares eram conhecidos em Pernambuco por "forrobodó" ou "forrobodança" ou ainda "forrobodão"já em fins do século XIX.3

Também se conta.Que durante as primeiras guerras mundiais. Enquanto os soldados dos exércitos aliados,
faziam acampamento e treinamento,e resgate aqui no Brasil....A população fazia de um tudo para animar os nossos parceiros.     
Então durante uma roda de conversações,a população e os militares resolveram fazer uma festa para os nossos guerreiros e nossos aliados se  sentirem bem recebidos e felizes..Assim...O povo  reuniu a todos...Portugueses,ingleses,americanos,mexicanos,italianos,irlandeses,austro-húngaros,espanhóis,franceses,escoceses,turcos,otomanos....e Etc.

Todos, todos para a festa.Mas,como chamar essa festa? Que nome teria essa festa? O título ? FESTA PARA TODOS " EM INGLÊS"..."FOR ALL"...Eita nordeste...Mas como os nordestinos possuiam pouca educação.Mal falavam em português(BRASILEIRO).IMAGINEM SÓ EM INGLÊS...ASSIM:

'FOR ALL BODY....FOR EVERYBODY..FORROBODÓ...FORALLL ...FORRÓ!'


ENTÃO ATÉ HOJE É DADO O NOME DE FORRÓ " A FESTA PARA TODO MUNDO DANÇAR" UM RITMO QUENTE E DIVERTIDO. QUE ATRAI A TODOS E UNE CORAÇÕES!

O forró tornou-se um fenômeno pop em princípios da década de 1950. Em 1949, Luiz Gonzaga gravou "Forró de Mané Vito", de sua autoria em parceria com Zé Dantas e em 1958, "Forró no escuro". No entanto, o forró popularizou-se em todo o Brasil com a intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país, especialmente, para as capitais: BrasíliaRio de Janeiro e São Paulo.

Nos anos 1970, surgiram, nessas e noutras cidades brasileiras, "casas de forró". Artistas nordestinos que já faziam sucesso tornaram-se consagrados (Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, Genival Lacerda) e outros surgiram.

Depois de um período de desinteresse na década de 1980, o forró ganhou novo fôlego da década de 1990 em diante, com o surgimento e sucesso de novos trios e artistas de forró.

Gêneros musicais[editar]

O forró é dançado ao som de vários ritmos brasileiros tipicamente nordestinos, entre os quais destacam-se: o xote, o baião, o xaxado, a marcha (estilo tradicionalmente adotado em quadrilhas) e coco.

Estilos da dança[editar]

O forró é dançado em pares que executam diversas evoluções, diferentes para o forró nordestino e o forró universitário:

O forró nordestino é executado com mais malícia e sensualidade, o que exige maior cumplicidade entre os parceiros. Os principais passos desse estilo são a levantada de perna e a testada (as testas do par se encontram), também conhecido pelo termo "Cretinagem".2

O forró universitário possui mais evoluções. Os passos principais são:

  • dobradiça - abertura lateral do par;
  • caminhada - passo do par para a frente ou para trás;
  • comemoração - passo de balançada, com a perna do cavalheiro entre a perna da dama;
  • giro simples;
  • giro do cavalheiro;
  • oito - o cavalheiro e a dama ficam de costas e passam um pelo outro.

Modernização do forró[editar]

A partir de meados da década de 1980, com a saturação do forró tradicional conhecido como pé-de serra, surgiu no Ceará um novo meio de fazer forró, com a introdução de instrumentos eletrônicos tais como guitarrabateria e baixo. Também as letras deixaram de ter como o foco a seca e sofrimento dos nordestinos, e passaram a abordar conteúdos que atraíssem os jovens. O precursor do movimento foi o ex-árbitro de futebolprodutor musical e empresário Emanuel Gurgel, responsável pelas bandas Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Alegria do Forró e Catuaba com Amendoim. O principal instrumento de divulgação do forró na década de 1990 foi a a rádio Som Zoom Sat e a gravadora Som Zoom Estúdio pertencentes a Gurgel. Tal pioneirismo teve críticas de transformar o forró num produto. Em entrevista à revista Época, declarou Gurgel: "Mudamos a filosofia do forró: Luiz Gonzaga só falava de fome, seca e Nordeste independente. Agora a linguagem é romântica, enfocada no cotidiano, nas raízes nordestinas, nas belezas naturais e no Nordeste menos sofrido, mais alegre e moderno(...)".2

Referências

  1.  Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, verbete "forrobodó"
  2. ↑ a b c Mvirtual. Forró - Origens e Manifestações atuais. Página visitada em 13 de janeiro de 2012.
  3.  Enciclopédia da Música Brasileira: p. 301.

Bibliografia[editar]

  • Enciclopédia da Música Brasileira: Erudita, folclórica, popular. 2ª. ed. rev. e atual. Art Editora/Itaú Cultural, 1998.
  • Alvarenga, Oneyda. 1942. Música Popular Brasileira. São Paulo. ‘Lundu e Danças Afins’. P.177. 2ª Edição. Livraria Duas Cidades
  • Carvalho, Rodrigues de. 1928. Cancioneiro do Norte. Paraíba do Norte. 71. 2º Edição
  • Cascudo, Luís da Câmara. Vaqueiros e Cantadores. p. 143 (em Almeida RJ, José Alberto de. 1997. Os Cantadores de Cordel do Nordeste Brasileiro: Relentara de Uma Prática Medieval. p. 06. Universidade Estadual do Ceará. CNPq - PIBIC).
  • Cascudo, Luís da C. 1962. Dicionário do Folclore Brasileiro. 2ª ED. Rio de .Janeiro. Instituto Nacional do Livro. Ministério da Educação e Cultura.
  • Cascudo, Luís da Câmara. 1988. Dicionário do Folclore Brasileiro. 6ª Edição. Belo Horizonte, Itatiaia - São Paulo. p. 95. Editora da Universidade de São Paulo.
  • Enciclopédia Brasileira Globo. 1975. Vol.II - 14ª. Porto Alegre. Edição. Editora Globo
  • Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. 1977. Mini Dicionário da Língua Portuguesa. 1ª Ed. 5ª Impressão. Rio de Janeiro. p.207. Editora Nova Fronteira S.A.
  • Phaelante, Renato. Set / Out de 1995. Forró: Identidade Nordestina. Fundação joaquim Nabuco (Instituto de Pesquisas Sociais / Departamento de Antropologia). Recife - PE. Brasil

Ver também[editar]

 

Folclore em Minas Gerais

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Danças Batuque, Lundú, São Gonçalo (de promessa) em Januária, Cateretê (Catira), Caxambû de cultura Banto (é, na verdade, uma variação do Jongo), Dança dos Velhos (semelhante à do Rio de janeiro e São Paulo), Mineiro-Pau, Zona da Mata (dança de roda ao som de chocalhos, pandeiro, reco-recos, ferrinhos e caixas), Folia de Reis, o Boi (Boi -de-Manta, Boi-Janeiro, Boi - Marruê - com características mineiras. É, como diz Saul Martins, "uma sobrevivência totêmico-fetichista, obra sincrética resultando do encontro duradouro de inúmeras culturas"), Congado ou Congo, Romaria (pagadores de promessas em Congonhas), Carvalhada.

Artesanato O artesanato de Minas Gerais tem muito a ver com o Folclore, bonecas de pano, peões de madeira feitos a mão, etc.

Culinária Angu Mineiro, Canjica (grão de milho cozido e temperado com leite de coco e açúcar - é o Munguzá do Nordeste), Arroz Ferrado (arroz cozido com lasquinhas de carne de vaca. É o Arroz Tropeiro), Mocotó (mocotó de boi, depois de cozido com claras de ovos e gemas, canela, cravo, açúcar), Pipoca Salgada, Tutu (guisado de feijão cozido, amassado e coado, depois engrossado com farinha de mandioca. Acompanhamento: lingüiça e torresmos), Doçaria (doce de todas as frutas existente e sasonais, Mingau de Milho Verde, a Canjica do Nordeste, Pamonha, Pé-de-Moleque, Beiju, Brevidade).

Calendário de Festas Janeiro: Festa de Reis Fevereiro: Carnaval, Blocos Carnavalescos, Entrudo.

Março: Semana Santa. Um estudo à parte relacionado com as cidades históricas, principalmente Ouro Preto.

Maio: Mês de Maria. Procissões. Coroação da Santa.

Junho: Os três Santos do mês. Corpus Christi.

Julho: Divino Espírito Santo em Diamantina.

Agosto: Mês do Folclore.

Setembro: Carvalhada em Caeté, no Distrito do Morro Vermelho.

Outubro: Congadas, Dia do Padroeiro, N.S. do Rosário.

Dezembro: Ciclo Natalino.

 

Mula sem cabeça

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Mula sem cabeça é uma criatura do folclore brasileiro.

Índice

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História[editar]

É a forma que toma a concubina do sacerdote. Na noite de quinta para sexta-feira, transforma-se num forte animal, de identificação controvertida na tradição oral, e galopa, assombrando quem encontra. Lança chispas de fogo pelo buraco de sua cabeça. Suas patas são como calçadas com ferro. A violência do galope e a estridência do relincho são ouvidas ao longe. Às vezes soluça como uma criatura humana.

O encanto desaparecerá quando alguém tiver a coragem de arrancar-lhe da cabeça o freio de ferro ou se alguém tirar um gota de sangue com uma madeira não usada. Dizem-na sem cabeça, mas os relinchos são inevitáveis. Quando o freio lhe for retirado, reaparecerá despida, chorando arrependida, e não retomará a forma encantada enquanto o descobridor residir na mesma freguesia. A tradição comum é que esse castigo acompanha a manceba do padre durante o trato amoroso (J. Simões Lopes Neto, Daniel Gouveia, Manuel Ambrósio, etc.). Ou tenha punição depois de morta (Gustavo Barroso, O Sertão e o mundo).

A Mula sem cabeça corre sete freguesias em cada noite, e o processo para seu encantamento é idêntico ao do Lobisomem, assim como, em certas regiões do Brasil, para quebrar-lhe o encanto bastará fazer-lhe sangue, mesmo que seja com a ponta de um alfinete. Para evitar o bruxedo, deverá o amásio amaldiçoar a companheira, sete vezes, antes de celebrar a missa. Manuel Ambrósio cita o número de vezes indispensável, muitíssimo maior (Brasil Interior). Chamam-na também Burrinha de padre ou simplesmente Burrinha. A frase comum é "anda correndo uma burrinha".

E todos os sertanejos sabem do que se trata. Em um dos mais populares livros de exemplos na Idade Média, o Scala Celi, de Johanes Gobi Junior, há o episódio em que a hóstia desaparece das mãos do celebrante porque a concubina assiste à missa (Studies in the Scala Celi, de Minnie Luella Carter, dissertação para o doutorado de Filosofia na Universidade de Chicago, 1928). Gustavo Barroso supõe que a origem do mito provenha do uso privativo das mulas como animais de condução dos prelados, com registros no documentário do século XII.

 

Saci

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Saci-pererê

saci, também conhecido como saci-pererêsaci-cererêmatimpererê1 , matita perêsaci-saçurá e saci-trique, é uma personagem bastante conhecida do folclore brasileiro. Tem sua origem presumida entre os indígenas da Região das Missões, no Sul do país, de onde teria se espalhado por todo o território brasileiro.

Índice

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Etimologia[editar]

"Saci" é oriundo do termo tupi sa'si2 . "Matimpererê" é oriundo do termo tupi matintape're3 .

O saci[editar]

A figura do saci surge como um ser maléfico, como somente brincalhão ou como gracioso, conforme as versões comuns ao sul.4

Na Região Norte do Brasil, a mitologia africana o transformou em um negrinho que perdeu uma perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje. Herdou também, da cultura africana, o pito, uma espécie de cachimbo e, da mitologia europeia, herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo.5 Trasgo é um ser encantado do folclore do norte de Portugal, especialmente da região de Trás-os-Montes. Rebeldes, de pequena estatura, os trasgos usam gorros vermelhos e possuem poderes sobrenaturais.

Representação[editar]

O saci é um negro jovem de uma só perna, portador de uma carapuça sobre a cabeça que lhe concede poderes mágicos. Sobre este último caractere, é de notar-se que, já na mitologia romana, registrava Petrônio, no Satiricon, que o píleo conferia poderes ao íncubo e recompensas a quem o capturasse.4

Considerado uma figura brincalhona, que se diverte com os animais e pessoas, fazendo pequenas travessuras que criam dificuldades domésticas, ou assustando viajantes noturnos com seus assovios – bastante agudos e impossíveis de serem localizados. Assim é que faz tranças nos cabelos dos animais, depois de deixá-los cansados com correrias; atrapalha o trabalho das cozinheiras, fazendo-as queimar as comidas, ou ainda, colocando sal nos recipientes de açúcar ou vice-versa; ou aos viajantes se perderem nas estradas.4

O mito existe pelo menos desde o fim do século XVIII ou começo do XIX.4

Papel do mito[editar]

A função desta "divindade" era o controle, sabedoria, e manuseios de tudo que estava relacionado às plantas medicinais, como guardião das sabedorias e técnicas de preparo e uso de chá, beberagens e outros medicamentos feitos a partir de plantas.

Como suas qualidades eram as da farmacopeia, também era atribuído, a ele, o domínio das matas onde guardava estas ervas sagradas, e costumava confundir as pessoas que não pediam a ele a autorização para a coleta destas ervas.

Na cultura popular[editar]

Literatura[editar]

"Retrato do Saci-pererê" (2007) por J. Marconi

O primeiro escritor a se voltar para a figura do saci-pererê foi Monteiro Lobato, que realizou uma pesquisa entre os leitores do jornal O Estado de S. Paulo. Com o título de "Mitologia Brasílica – Inquérito sobre o Saci-Pererê", Lobato colheu respostas dos leitores do jornal que narravam as versões do mito, no ano de 1917. O resultado foi a publicação, no ano seguinte, da obra O Saci-Pererê: resultado de um inquérito, primeiro livro do escritor.6 .

Mais tarde, em 1921, o autor voltaria a recorrer ao personagem, no livro O Saci, seu segundo trabalho dedicado à literatura infantil.

Histórias em quadrinhos[editar]

O quadrinhista Ziraldo criou em 1958 a série Turma do Pererê, em que o Saci contracena com o índio Tininim, a onça-pintada Galileu e outros personagens. As histórias foram originalmente publicadas na revista O Cruzeiro7 .

Em 2010, o ilustrador Giorgio Galli publicou a primeira edição de sua revista independente de quadrinhos de terror Salomão Ventura - Caçador de Lendas. Na primeira aventura do personagem, o saci é apresentado como uma figura demoníaca, que leva suas vítimas à loucura e à morte.8

Cinema e TV[editar]

O primeiro ator a representar o papel foi Paulo Matozinho, no filme O Saci, adaptado do livro infantil de Lobato. A produção de 1951 da Brasiliense Filmes foi dirigida por Rodolfo Nanni9 .

Na televisão, as séries que adaptaram a obra de Monteiro Lobato em 1977 e 2007 tiveram Romeu Evaristo e Fabrício Boliveira, respectivamente, interpretando o personagem. O cantor Jorge Benjor também encarnou o saci no especial Pirlimpimpim, de 1982. Em Pirlimpimpim 2, de 1984, foi a vez de Genivaldo dos Santos vestir a carapuça10 .

Na adaptação para a tevê das histórias de Ziraldo, o papel de Pererê coube a Sílvio Guindane.

Música[editar]

Em 1912, o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos escreveu a marcha "Saci", quinta parte da sua suíte para piano "Petizada" (W048). A composição, assim como as outras da mesma peça, é inspirada no folclore musical brasileiro11 .

Francisco Mignone também deu o nome de "Saci" à sexta parte dos seus "Estudos Transcendentais" para piano, de 1931. 12

O maestro Edmundo Villani-Cortes voltou a lhe dar vida em obras como "Primeira folha do diário do saci" (para piano, 1994)13 , "Terceira folha do diário de um saci" (para flauta, 1992)14 e "Sétima folha do diário de um saci" (para contrabaixo, 1992) 15 . Na música popular, a primeira referência ao personagem data de 1909, ano da composição de "Saci-Pererê", de Chiquinha Gonzaga, gravada pela dupla Os Geraldos. Em 1913, foi a vez de "Saci", uma polca de J.B. Nascimento gravada pelo Sexteto da Casa. Gastão Formenti também gravou duas músicas intituladas "Saci-Pererê": uma toada de Joubert de Carvalho, em 1918 e uma canção de J. Aimberê e Bide, em 1929.

Nas décadas seguintes, outros artistas recorreram ao tema, como Arnaldo Pescuma ("Teu olhar é um Saci", de Cipó Jurandi e Décio Abramo, 1930; Conjunto Tupy ("Saci-Pererê", de J.B. Carvalho, 1932; Mário Genari Filho (a polca "Saci-Pererê", 1948); Zé Pagão & Nhô Rosa ("Saci-Pererê", de Ivani, 1949); Inhana ("Saci", baião de Antônio Bruno e Ernesto Ianhaen, 1956); Edir Martins ("Saci-Pererê", marcha de Carlinhos e Galvão, 1957); a dupla Torrinha & Canhotinho (o cateretê "Saci-Pererê", 1959); Araci de Almeida ("Saci-Pererê", marcha de Henrique de Almeida e Rubi, 1960); Demetrius ("Rock do Saci", de J. Marascalco e Richard Penniman, 1961); e Clóvis Pereira ("Samba do Saci", de Osvaldo Nunes e Lino Roberto, 1963).

Em 1972,o compositor, músico, arranjador, cantor e maestro Tom Jobim,compôs "Águas de Março", uma famosa canção brasileira que forma parte do álbum Matita Perê, lançado em 1973, no ano seguinte em dueto com Elis Regina foi lançada no LP Elis & Tom.

Em 1973, o grupo Secos & Molhados fez sucesso com "O Vira", de João Ricardo e Luli. A canção, que mencionava sacis e fadas, seria regravada mais tarde por artistas de estilos distantes, como Frank AguiarRoberto Leal e os grupos Falamansa e Cheiro de Amor.

Pouco depois, Kleiton e Kledir, então integrantes do grupo Almôndegas, compuseram "Canção da meia-noite", incluída na trilha sonora da telenovela "Saramandaia" (1976). A música, que acompanhava o personagem Professor Aristóbulo (Ary Fontoura) falava do "medo de ser um vampiro, um lobisomem, um saci-pererê”.

O saci continuou aparecendo em trilhas sonoras. No ano seguinte, para acompanhar a série televisiva "Sítio do Picapau Amarelo", Guto Graça Mello compôs e gravou "Saci". No especial "Pirlimpimpim" (1982), a canção para o personagem ficou por conta de Jorge Benjor ("Saci Pererê". A terceira versão do Sítio para a tevê incluiu, na sua trilha, "Pererê Peralta (saci)", deCarlinhos Brown (2001) e "Eu vi o Saci", de Marcos Sacramento e Izak Dahora (2006).

Outras gravações:

Na música instrumental, as principais referências são o violonista Carlinhos Antunes ("Saci-Pererê", 1996), a banda Terreno Baldio (Saci-Pererê, 1977), Guilherme Lamounier ("Saci-Pererê", 1978) e o Quarteto Pererê ("Polka do Sacy" e "Liberdade Pererê", ambas no álbum "Balaio", 2010) 16 . O Quarteto Pererê já havia apresentado, em 2005, o espetáculo Saci Armorial, em que fundia a lenda com o universo literário do escritor pernambucano Ariano Suassuna 17 .

Jogos[editar]

RPG O Desafio dos Bandeirantes inclui o saci entre as figuras mitológicas que podem enfrentar os jogadores18 .

No jogo de interpretação de personagens online e em massa para múltiplos jogadores brasileiro Erinia, o saci é um dos monstros que habitam as Grutas de Hur19

Ciência[editar]

"Saci evita entrar na água", de Renato Bender

Em 2001, uma nova espécie de dinossauro ornitísquio foi descoberta em Agudo, no Rio Grande do Sul. Como o fóssil foi encontrado sem o fêmur esquerdo, recebeu o nome de Sacisaurus agudoensis20

Saci Last Common Ancestor Hypothesis ("hipótese do saci como último ancestral comum") foi um termo utilizado em uma discussão primatológicapara explicar por que animais da família Hominidae não sabem nadar de forma instintiva. Esta hipótese faz uma referência à mitologia do saci pererê como uma criatura que evita entrar na água.21 22

Em 1997, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais desenvolveu um microssatélite para lançamento no foguete chinês Longa Marcha 4. Ele recebeu o nome de Satélite de Aplicações Científicas e o acrônimo SACI-1. A experiência, porém, fracassou, pois o satélite, mesmo entrando em órbita, não funcionou. Seu sucessor, o SACI-2, deveria ter sido lançado em 1998, mas o foguete VLS-2 explodiu no lançamento23 24 .

Dia do Saci[editar]

Em 2005, foi instituído o Dia do Saci no Brasil, comemorado no dia 31 de outubro, a fim de restaurar as figuras do folclore brasileiro, em contraposição a influências folcloróricas estrangeiras, como o Dia das Bruxas.

Uso nas forças armadas[editar]

O saci, por suas características de esperteza e brasilidade, é o símbolo da Seção de Instrução Especial da Academia Militar das Agulhas Negras, localizada em Resende, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil.

Uso no esporte[editar]

O saci é mascote do time gaúcho de futebol Sport Club Internacional.

Referências

  1.  FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 534
  2.  FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 534
  3.  FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. pp.1 103,1 104
  4. ↑ a b c d CASCUDO, Luís da CâmaraDicionário do Folclore Brasileiro, verbete Saci
  5.  "En Brasil también encontramos el homónimo al trasgo, el Saci Perere, oscuro, de gorro rojo y manos agujereadas, aficionado también a gastar bromas y dar sustos.".
  6.  BLONSKI, Míriam Stella, "Saci, de Monteiro Lobato: um mito nacionalista" (tese acessada em janeiro de 2009).
  7.  UOL Crianças Turma do Pererê, do Ziraldo, se prepara para comemorações de 50 anos
  8.  Título não preenchido, favor adicionar. Universo HQ. Página visitada em 3 de junho de 2011.
  9.  O Saci (1951) (em inglês). IMDB. Página visitada em 3 de junho de 2011.
  10.  Saci Pererê (charachter) (em inglês). IMDB. Página visitada em 3 de junho de 2011.
  11.  Heitor Villa Lobos website
  12.  MARQUES,Clóvis. Review of LNT124: Francisco Mignone - Piano Music
  13.  Catálogo de obras para piano de Edmundo Villani-Côrtes
  14.  Celina Charlier e Edmundo Villani-Côrtes
  15.  Catálogo de obras brasileiras para contrabaixo
  16.  PAIVA, Flávio. A música e a perna do Saci. Revista de Cultura Agulha nº 66, novembro/dezembro de 2008
  17.  Memorial da América Latina
  18.  RPGEduc. O Desafio dos Bandeirantes
  19.  Revista Galileu. Folclore em jogo. Edição 158, setembro de 2004.
  20.  Ferigolo, J. and Langer, M.C. (2006), A Late Triassic dinosauriform from south Brazil and the origin of the ornithischian predentary boneHistorical Biology: A Journal of Paleobiology, p. 1-11. (em inglês)
  21.  Bender, Renato; Bender, Nicole: The "Saci last common ancestor hypothesis" and a first description of swimming ability in common chimpanzees (Pan troglodytes). Palestra apresentada na 23rd annual conference of the Human Behavior and Evolution Society, 29 June – 3 July 2011, Montpellier, France.
  22.  23rd Annual Meeting of the Human Behavior and Evolution Society - Program (em inglês)
  23.  Desenvolvimento de satélites e plataformas espaciais no INPE no período 1961-2007. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
  24.  NERI, José Angelo da Costa Ferreira. Microssatélites do INPE e o Programa Espacial Brasileiro. Parcerias Estratégicas – número 7 – Outubro/1999

Ver também